terça-feira, 16 de novembro de 2010

Desvaneios sãos

A colisão de ideias e sensações que sinto ao visualizar os desenhos de Eduardo Uchoa são impactantes. Lembro-me até hoje de quando o conheci pessoalmente e soube que era ele quem dava vida às ilustrações fantásticas do caderno Donna, do jornal Zero Hora. Mais do que o corriqueiro blábláblá das informações e comentários, estava ali a pessoa que traduzia em traços as impressões e sugestões de como repensar nos temas propostos sem se ater apenas à realidade calculada.

O que mais me agrada é a capacidade interminável de criar e recriar mundos onde culturas, emoções, sensações e seres transbordam informações e tocam cada um de nós de uma forma, como se fizessem parte também de nossas vidas e sonhos. A saturação de cores e elementos lembram as conexões mentais constantes e as inúmeras possibilidades que cada tema traz em nossas vidas. Ao mesmo tempo, fluem do artista como memórias de suas próprias experiências, precisando ser materializadas para não se perderem no tempo.

E como o trabalho de Uchoa vai muito além das ilustrações de jornal, não tenho como deixar de citar suas belas pinturas, quadros e desenhos, esses bem mais atemporais e belos, dignos de um artista que está sempre se recriando e surpreendendo a todos. Uma viagem ao introspecto, uma forma de hipertextualizar o real e o imaginário no mundo interior de quem consome suas obras. E está exatamente aí a função da arte, ao menos para mim, mesmo que em tempos de reprodutibilidade exacerbada e perenidade sensorial.

Eu já possuo a minha coleção, que aos poucos aumenta e preenche espaços que vão muito além do que os olhos podem ver nas paredes. São pequenos universos que atraem quem os olha e sugerem uma revisita ao íntimo do observador. Sem falar do enorme prazer em ter uma criação exclusiva feita sob encomenda para minha marca. Ou por acaso alguém tem alguma dúvida de que o artista é a primeira e melhor opção para retratar o universo da Lot, grife que tem como foco o estilo de vida aventureiro e a amizade verdadeira, que vai muito além do que simples palavras poderiam retratar?

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