Foto: Márcio de Souza/Globo
Ontem uma colega do Diário Gaúcho me ligou para falar de uma pauta sobre peças antigas que voltaram à moda com toda força. Achei super bacana ajudar porque esse tema parece óbvio na atualidade, mas pra mim também marca uma guinada na cultura mundial sobre o assunto. No século passado, repetir figurinos de décadas anteriores era o fim, demodê, digno de pena por parte das mais antenadas. O diferente era sempre louvado e o passado, recolhido às memórias. Mas, de repente, essa atmosfera mudou. Começou-se a buscar um resgate das raízes, do belo, do passado como forma de conforto, bom gosto e estilo. Misturar e criar viraram ferramentas de trabalho de estilistas e das pessoas comuns, que aos poucos largaram padrões em larga escala para criar estilos próprios bem mais definidos. O motivo da mudança? Talvez um esgotamento, um movimento de contração em busca novamente do centro, ao contrário da expansão. Ou as duas coisas juntas, uma visão pós-moderna desenfreada que busca de forma não-linear construir o futuro, o presente e o passado sem seguir regras. Muita viagem até aqui? Talvez, mas como entender a humanidade e seus costumes se não olharmos com outros olhos? E a moda, não seria ela um reflexo dos tempos em que vivemos? Pois então, assim como na pauta, onde o passado e o presente se juntaram por meio do guarda-roupas da avó vistos pela neta encantada nas peças, o que mais surpreende é tentar imaginar qual será o próximo passo. O que as netas dessa neta vestirão? Será que teremos um baú a ser mostrado ou a fugacidade das peças farão com que as mesmas se percam?
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